Medo de me dar
- Marcelo Araujo Simões
- 17 de jan.
- 2 min de leitura

Buscar o lugar onde podemos ser e estar.
A luta do mundo, de todos nós, é de achar um espaço onde ser e viver é objetivo primordial. Estar em algum lugar sob as sombras, sem ser visto, como se incomodasse ser quem somos.
Vivemos pelo outro em subjugação de nossa pessoa. Temos medo de nos darmos uma vida por viver, vivendo através do outro.
Queremos um lugar de destaque, soltar nossa voz em plenos pulmões, chamando por todos aqueles que compactuam por nossas querências.
Viver o sentido de viver é um grande desafio.
O chamado da alma arrebata, nos convoca para um novo momento. Ela independe das vozes do mundo, mas vai fundo nas vozes da alma.
O címbalo ressoa alto, canta em notas individuais em ressonância com o coletivo, com o Universo, com a chamada vida.
Convoca-nos a cantar, dançar e ensaiar os acordes de sons inarticulados. O ritual de transformação se inicia, movimentos se fazem, ritmos de arritimizam, o semblante simplesmente acompanha. Não é preciso nos modelar, pois entramos na dimensão desconhecida que só pede que sejamos nós mesmos.
Lavamos a alma. Ressurgimos em nós. Somos quem somos. O lugar a ocupar está logo ali. Vivemos o que nos espera, sem viver de fato este lugar, esta coisa. Sejamos. Sintamos a singeleza do ser, sendo quem somos.
Escolher torna-se escolha ou escolho. Somos convidados nesse grande movimento de ser e sentir, vivenciar o vivido a ser vivenciado. Os tempos ficam só no verbo, pois a eternidade simplesmente é. Retira-se o chão, coloca-se a alma. O concreto dá licença ao mundo dos sentimentos. Gostaríamos de medir, mas podemos "me dar". Sentimos o medo que luta contra nós mesmos, mas vivemos a vida que transforma esse medo em sentido de ser.
A alegria preenche os espaços. A coragem se revigora. Os passos descobrem caminhos. O medo começa a me dar.



Parabéns pela mensagem. Sucesso sempre!
Poético e profundo. Textos assim colaboram.com nosso processo de individuação pois levam a lugares individuais necessários