Esconderijo
- Marcelo Araujo Simões
- 8 de fev.
- 1 min de leitura
O que podemos temer,
Enquanto vivemos para ser,
Aquilo que desejamos do fundo d'alma,
À espera da eclosão em plena ribalta?
Fornecer os materiais da grande evolução,
Exige construção para os nossos ideais,
Em comunhão com o que se espera lá do alto,
Para viver a vida com semblante de arauto.
Executar a obra dos obreiros,
Fustigando a peste dos despenhadeiros,
Obrigando o medo a se manifestar,
Nas formas do terror a gritar.
Alto lá! Quem quer que me desafie,
Terá de passar pela prova do vazio à fio,
Aquele que puder fecundar tamanho vale,
Poderá reinar sobre os lírios-do-vale!

Ao chegar na beirada,
O cruel escuro se faz reinante,
Elegendo o tarefeiro esperado,
No talento a aflorar exuberante.
Percebendo que o medo,
Anunciou a recompensa das profundezas,
Confiante em suas palavras sem desespero,
Mergulhou sem a sombra das asperezas.
Envolvido em solidão,
Sabiou o próprio ser,
Vendo a luz que dilatou,
O próprio coração.
O pequeno viajante chegou à superfície,
Deitou os olhos na grande planície,
Povoada das flores prometidas,
Pela ameaça que se fez de grande guia.
Ela não estava mais ali, pois era ilusão dos delírios
Da alma liberta dos seus desvarios,
Projetando o relvado no grande terreno
Do coração transformado no momento damasceno.


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